Durante décadas, a indústria editorial procurou otimizar a velocidade de resposta às livrarias, leitores e distribuidores. Estar no lugar certo no momento certo, se tornou um desafio caro para grandes tiragens de primeira impressão e estoques imobilizados volumosos de backlist.
Como colocar o livro e o leitor no lugar certo e na hora certa? As estratégias variaram nas últimas décadas e resultaram em um modelo generalizado de novidades: uma primeira tiragem que garante uma presença nas livrarias que normalmente são servidas com poucos exemplares, mas não em excesso, mas o suficiente.
Talvez por algumas semanas, até a chegada de novidades, o livro estará pacientemente aguardando seu leitor. Talvez em uma mesa de Lançamentos, em uma vitrine ou em uma prateleira. E então? Possivelmente destinado a uma filial ou armazém da matriz ou de volta à editora.
Os livros começam a se acumular. O investimento da editora está vinculado. A impaciência do autor aumenta. A frustração do leitor que não encontra a superfície de seu livro. Chega a obsolescência.
É possível encontrar outro paradigma, que não é novo, mas que pode ter encontrado sua maturidade a partir de 2020. Alcançando tempos ideais de produção gráfica (média máxima de 72 horas) e logística eficiente, podemos optar por ter todo o catálogo editorial vivo e estoque físico zero. A chave está no gerenciamento ideal do catálogo editorial e sua combinação com redes de impressão sob demanda: metadados completos e atualizados permitirão que o livro encontre seu leitor no lugar certo, além de sugerir seleções adaptadas às preferências do leitor.
Richard Charkin, diretor da Mensch Publishing, observa: “O desperdício é endêmico no sistema editorial. Perda de tempo, desperdício de materiais, desperdício de esforço. Pensei que poderíamos eliminar muito deste desperdício através de decisões inteligentes e rápidas, evitando estoques redundantes, evitando adiantamentos não ganhos e dívidas incobráveis. Até certo ponto conseguimos, especialmente quando utilizamos a tecnologia de impressão sob demanda. Neste caso, os livros só são fornecidos quando estão esgotados, eliminando completamente as devoluções, e não há necessidade de monitorar os níveis de estoque ou se preocupar com a necessidade e o tamanho das reimpressões”.
As alianças entre editoras e gráficas na América Latina se aceleraram a partir de 2015. Estas sinergias foram consolidadas em projetos como o Livriz Sell & Print, que integra e disponibiliza 220.000 títulos para toda a região.
John Ingram, presidente da Ingram Content Group, diz: “Imprimir sob demanda está impulsionando a indústria editorial, oferecendo uma distribuição digital e física sem interrupção de diversos conteúdos em diferentes idiomas e regiões. Essas inovações estão se espalhando pelo mundo para o benefício de editores e consumidores.
Os editores disponibilizam seus títulos. Livrarias e distribuidores podem adicioná-los à sua oferta. A pedido do leitor, a livraria encomenda o(s) exemplar(es) impresso(s) de seu fornecedor de catálogo digital integrado com impressão a pedido. Dentro de 72 horas, o livro chega à livraria. “Um armazém virtual é alcançado sem custos de manutenção e com resposta imediata 24 horas por dia, 365 dias por ano”, diz Damián Cuello, diretor da Livriz Sell & Print.
Os custos de manutenção de estoque, logística de envio e devolução, perdas devido a danos no produto e obsolescência devido à imobilização do estoque são eliminados.
Com a combinação de catálogos editoriais integrados disponíveis para todos os canais de marketing e impressão sob demanda, a obsolescência chegou ao fim e ao alvorecer de um mercado editorial eficiente e rico em bibliodiversidade.